terça-feira, 24 de agosto de 2010

Dominância Lateral     


Quando se fala em esquerdismo, associa-se normalmente este termo apenas ao uso preferencial da mão esquerda sobre a direita. No entanto, a dominância lateral não se refere apenas à mão predominantemente utilizada, estendendo-se a todos os órgãos pares do corpo: mãos, pés, olhos e ouvidos.

Na avaliação do tipo de lateralidade (dextrismo ou esquerdismo), costuma-se observar a sua natureza, o seu grau e a sua homogeneidade:

1 - Quanto à sua natureza, a predominância poderá ser normal, natural, ou patológica:

Dextro Normal: Estruturação cerebral predominante no hemisfério esquerdo;
Esquerdino Normal: Os seus principais centros cerebrais estão naturalmente no hemisfério direito;
Esquerdino Patológico: Os seus principais comandos cerebrais estão no hemisfério direito porque há lesão no esquerdo.

Quando uma criança, originalmente dextra, sofreu qualquer lesão no seu hemisfério cerebral esquerdo, vê-se obrigada a utilizar o lado direito do seu cérebro para compensar aquela deficiência, passando por isso a verificar-se uma dominância dos órgãos do lado esquerdo do seu corpo. Trata-se de um falso esquerdismo, ou seja, de uma situação que por acidente e necessidade se tornou contrária ao potencial inicial da criança.

Nestes casos é inteiramente contra-indicada qualquer tentativa de educar o lado direito da criança, pois que as áreas cerebrais que o comandam estão danificadas. Há sim que ajudar a criança a tentar tirar o melhor partido possível do seu lado esquerdo.

2 - Quanto ao grau, a dominância pode ser mais ou menos marcada:

Totalmente dextro
Totalmente esquerdino
Ambidextro
Ambimanismo
Estados intermédio.

Hildreth propôs uma fórmula para a avaliação do índice de predominância de um órgão sobre o seu par, designando-a por Índice de Dominância Lateral (IDL).
Esta fórmula é a seguinte: IDL = (D - E) / (D + E)
D - Número de actividades executadas pela direita
E - Número de actividades executa das pela esquerda
O IDL varia entre +1 (dextros a 100%) e -1 (esquerdinos a 100%), situando-se os ambidextros a níveis próximos do zero.

O Esquerdismo Manual refere-se à predominância da mão esquerda sobre a mão direita; a mão esquerda com mais destreza e sendo mais utilizada que a direita.
O Esquerdismo Pedal designa o pé esquerdo como o mais utilizado e o mais hábil.
O Esquerdismo Auditivo indica que o ouvido esquerdo tem predominância na recepção auditiva, sendo o mais utilizado.
A existência de um ouvido dominante não implica, porém, necessariamente qualquer ligação com as capacidades auditivas. É o utilizado preferencialmente e não obrigatoriamente o que ouvirá melhor.
O Esquerdismo Visual também não tem relação directa com a acuidade visual. Designa a vista que mais se utiliza preferencialmente.
O Esquerdismo da Movimentação Visual: devido ás exigências da escrita da nossa cultura ocidental, há o hábito de se mover a visão da esquerda para a direita, quando se procede a qualquer leitura ou observação visual. A criança é desde cedo levada pelo meio em que vive a observar visualmente da esquerda para a direita (quer se trate de uma paisagem, de uma fotografia ou de qualquer outra coisa), muito antes de aprender a ler - que também é nesse sentido.
O esquerdismo da movimentação visual reflecte-se na leitura na tendência para ler ao contrário, da direita para a esquerda.
M Jadoulle, refere que, no início da escolaridade básica, 50 a 60 % das crianças observam visualmente da esquerda para a direita, e 40 a 50 % fazem-no da direita para a esquerda.
Com os efeitos da educação escolar e sobretudo pela aprendizagem da leitura, pelos 11-12 anos, já 64 a 80% das crianças observam da esquerda para a direita.
A Ambidextria é a pior fórmula, do ponto de vista de adaptação e de reeducação. A criança não possui qualquer dominância de um lado sobre o outro (IDL=0) e por isso fica oscilando entre ambos sem desenvolver nenhum devidamente.
O Ambimanismo é semelhante à situação anterior, mas aqui a criança possui bastante destreza e habilidade em ambas as mãos.

3 - A homogeneidade refere-se à dominância dos diferentes membros e órgãos no mesmo indivíduo, podendo ser:

Homogénea - Dominância igual de todos os órgãos.
Cruzada - Uns órgãos são de dominância esquerda e outros de direita

A lateralização cruzada aparece em muitos casos acompanhada de desequilíbrios e de perturbações psicológicas, podendo estar na origem destes. Uma dominância manual direita cruzada com uma dominância esquerda da movimentação visual, pode, por exemplo, levar a problemas de leitura.
Fonte: Desenvolvido por Norman Bitner

                          
   De 28 de Setembro a 01 de Outubro 2010 -
    Centro de Convenções de  Pernambuco