quinta-feira, 20 de janeiro de 2011

Cérebro “reconhece” nova mão após 35 anos


Quando David Savage tinha 19 anos de idade, ele teve sua mão direita amputada após um acidente com uma máquina para laminação de metais. Em 2006, ele foi o terceiro americano a receber um transplante de mão. Apenas quatro meses após o transplante, a região de seu córtex somatossensorial normalmente dedicada à mão direita era ativada quando sua mão transplantada era tocada.

Estes resultados foram divulgados na Current Biology por um grupo de pesquisadores liderados por Scott H. Frey, da Universidade de Oregon. A principal razão deste resultado ser tão surpreendente são os diversos trabalhos que mostram que, após uma amputação, o córtex somatossensorial se reorganiza. Grande parte do córtex somatossensorial é dedicada à representação da mão e da face, e essas duas regiões são representadas em regiões próximas (vizinhas). Em alguns casos de amputação de mão, a região cortical antes dedicada a ela passa a responder quando o rosto é estimulado. Nesses casos, quando o rosto da pessoa é estimulado, ela reporta sentir uma estimulação na mão que não existe mais. Imaginava-se que essa reorganização era imutável, especialmente após tantos anos sem a mão.
Não se sabe ainda se o caso de Savage é especial, mas o fato de o cérebro de um homem de meia-idade ser capaz de se reorganizar tão rapidamente, após 35 anos, levanta novas possibilidades sobre o uso de próteses no futuro.

Fonte:  Blog da Sociedade Brasileira de Neurociências e Comportamento

sexta-feira, 7 de janeiro de 2011

 
                    Terapia da Mão

Lesão dos Tendões Extensores na Mão

Lesão dos Tendões Extensores na Mão

Rui Ferreira - Mauri Cortez


O Que é:

Tendões são estruturas que continuam os músculos, fixando-se nos ossos, produzindo movimento na sua contração. Os TENDÕES EXTENSORES estendem, abrem os dedos quando a mão está fechada. Dependendo do músculo e da função o tendão é forte e grosso. Na mão, a medida que vão chegando a extremidade distal dos dedos, tornam-se estruturas mais complexas, finas e delicadas.

No punho, para serem distribuídos para os dedos, os tendões extensores passam por 6 túneis, onde são agrupados mais ou menos pela direção e pela função. São divididos em zonas, numeradas de 1 a 8. Os zonas de números impares 1, 3, 5 e 7 correspondem às zonas articulares e as de números pares às zonas entre as articulações.

Lesões traumáticas e não traumáticas são bastante peculiares em cada uma dessas zonas.



 O Que causa

          Como toda estrutura da mão, os tendões extensores estão sujeitos aos traumas e diferentes patologias. Como estão praticamente abaixo da pele, são muito vulneráveis, de fácil palpação e visão.


As Zona I e III - Lesões dos Tendões Extensores nos Dedos são patologias bastante particulares e foram explicadas. As lesão nas Zonas ímpares, zonas articulares, apresentam certa particularidade.


                                



Na Zona V, além das lesões por corte, abertas, é freqüente a lesão da banda sagital, em movimentos que há lateralidade e flexão forçada dos dedos. Hábitos de estalar os dedos podem levar a essa lesão.



                        
Na Zona VII, região do punho, duas tendinites particulares: a TENDINITE DO 1º COMPARTIMENTO e o 6º COMPARTIMENTO.
Nas Zonas II, IV, VI e VIII as causas mais comuns de lesões são os traumatismos


   Sinais e Sintomas
Dor edema e impossibilidade de realizar a extensão do dedo em que o tendão está lesado.


                          


    Diagnóstico
A simples inspeção e impossibilidade de levantar o (s) dedo (s) ou o punho. A localização do corte ou da cicatriz da indícios da localização da lesão

                                                        

                                                 
  Tratamento
O tratamento das lesões nestas Zonas é sempre cirúrgico, constando de uma TENORRAFIA - sutura do tendão, onde são empregadas técnica e fio especiais.


Normalmente após a cirurgia, a região é imobilizada numa posição forçada de hiper extensão durante 3 semanas. Em alguns casos, e localização pode ser colocada uma ÓRTESE DINÂMICA - aparelho confeccionado com material termo moldável e um sistema de tração, para a mobilização precoce.
  Fonte: SOS Mão Recife                                                                                     

domingo, 24 de outubro de 2010

Tenossinovite de De Quervain (tendinite do Abdutor longo e Extensor curto do polegar , no primeiro compartimento dorsal do punho.)



Causa: Compressão dos tendões do primeiro compartimento extensor , levando a limitação da excursão tendínea . Portanto a mobilização do polegar leva a acentuação do quadro doloroso. Mulheres na gravidez podem a presentar esta patologia , que em geral melhora após o término da gestação.
                                                             
                                                                
                                                               
Sintomas : Dor na lado radial do punho , que se acentua com as manobras de mobilização do polegar . Em alguns casos é possível identificar um abaulamento do extremo lateral do osso rádio , que é doloroso a palpação .
                                                                 
                                           
Diagnóstico: Presença de quadro clínico bastante característico, com exame de ultrassonografia mostrando espessamento do primeiro compartimento e sinais inflamatório dos tendões.

Tratamento: Esta patologia tende a ter evolução favorável com uso de anti-inflamatório e imobilização local (órtese). Alguns casos são refratários à estas medidas , havendo indicação para o tratamento cirúrgico de liberação do primeiro compartimento.








Fonte: Site da SBCM
                                                                      






Síndrome do túnel do carpo

Causa : Aumento de pressão no canal carpeano no punho levando a compressão do nervo mediano. Algumas patologias poderão estar associadas como diabetes melitus , artritre reumatóide e doença da tireóide .

Sintomas : Dormência da mão que piora com algumas atividades como dirigir , falar ao telefone incluindo acordar a noite devido ao incomodo . Algumas vezes os sintomas são vagos podendo acometer o cotovelo e ombro.
                                
Diagnóstico : É feito baseado nos achados clínicos e no estudo eletroneuromiográfico.


Tratamento : O tratamento clínico deve ser sempre tentado , e a opção cirúrgica reservada para as falhas com o tratamento conservador
                                                 


Fonte: Site da SBM

sexta-feira, 22 de outubro de 2010


                 Cirurgia de mão é uma especialidade       A mão é um orgão sensitivo e motor que apresenta grande complexidade de função. O membro superior atua em função da mão que é posicionado para as atividades laborativas e de lazer.
Podemos dizer que a origem da mão é no hemisfério cerebral contralateral. Sua inervação origina-se no plexo braquial nas raizes da C5 a T1.
Para a formação do Cirurgião de Mão é necessário conhecimento profundo da fisiologia deste complexo orgão sensitivo e motor que é a mão e que transcedem o aprendizado do Curso Médico. A especialidade Cirurgia da Mão nasceu com os resultados insatisfatórios do tratamento cirúrgico das frequentes lesões dos tendões flexores, resultando na denominação incorreta da especialidade como Cirurgia da Mão. Este nome não reflete a extensão e complexidade desta especialidade, tanto que várias Sociedades Científicas modificaram a denominação inicial para Cirurgia da Mão e Membro Superior. Esta denominação é mais fidedigna pois, o membro superior funciona como uma unidade integrada com o objetivo de posicionar a mão em condições de exercer sua função sensitiva e motora. Não se deve confundir uma articulação por mais complexa, com um órgão sensitivo-motor, como a mão.
No passado para o tratamento das lesões complexas da mão era necessário a participação de vários especialistas. A necessidade de um especialista que pudesse tratar os grandes traumas do membro superior surgiram com as grandes Guerras Mundiais, pois a as lesões com explosivos necessitavam de grandes reconstruções com a participação de Cirurgiões, Ortopedistas, Cirurgiões Plásticos e Neurocirurgiões. Neste contexto surgiu e se desenvolveram os cirurgiões preocupados em reestabelecer a função da mão, permitindo a reintegração destes traumatizados à sociedade.
A filosofia para o tratamento das patologias e traumatismos da mão é restabelecer sua função, ou seja, proporcionar movimentos básicos como flexo-extensão, assim como movimentos complexos como a oponência do polegar. Os movimentos devem ser sincronizados e consecutivos entre as 31 articulações que compõem o punho e mão. Aliado ao movimento é fundamental a atividade sensitiva da mão, que a transforma nos olhos do cego,permitindo que os deficientes visuais enxergem através das mão , para isto, é necessário a preservação dos receptores altamente diferenciados ao nível das polpas digitais. Para estas funções é fundamental a qualidade da cobertura cutânea ao nível do membro superior e, particularmente no punho e mão. Esta necessidade proporcionou o desenvolvimento de um capítulo importante na Cirurgia da Mão, da cobertura cutânea, com a incorporação das técnicas microcirúrgicas para a realização dos retalhos locais e à distância. Nos ultimos 10 anos mais de 15 retalhos microcirúrgicos foram descritos pelos cirurgiões de mão, que permitiram grandes avanços na qualidade de reabilitação dos pacientes portadores de patologias desta região.
Para a formação do Cirurgião de Mão é necessária uma formação diferenciada que não é possível em nenhuma das especialidades existentes. Como comprovação deste fato destacamos a necessidade do residente em Cirurgia Plástica realizar estágio de pelo menos 1 mes em um Serviço de Ensino e Treinamento em Cirurgia da Mão. Também nos principais Hospitais Universitários do país, o residente de Ortopedia e Traumatologia também realiza estágio nos setores de Cirurgia da Mão dos respectivos Serviços de Ensino e Treinamento.
Para a formação do especialista é fundamental o perfeito conhecimento dos nervos periféricos, a partir do plexo braquial, sua anatomia topográfica , fisiologia, técnicas microcirúrgicas e reabilitação; domínio das funções e fisiologia das estruturas musculares, tendíneas, ligamentares, articulares e ósseas que através da sua integração são responsáveis pelos movimentos da mão;cobertura cutânea fundamental para integração da sensibilidade e motricidade, onde existem peculiariedades que não observamos em outras regiões, microcirurgia aplicada às lesões do plexo braquial, nervos periféricos, retalhos microcirúrgicos e reimplantes de membros.